O STF está pronto para discutir questões constitucionais de gênero?

31 de Octubre de 2024
O STF está pronto para discutir questões constitucionais de gênero?
Crédito: Fernando Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao analisar o Recurso Extraordinário (RE) nº 845.779/SC, decidiu não apreciar o mérito da questão envolvendo a utilização de banheiro por pessoa transexual. A decisão, que teve como fundamento aspectos processuais, representa um retrocesso em relação ao posicionamento até então adotado em outros casos que discutiam direitos das pessoas LGBTQIAPN+ – sigla utilizada para referir-se, dentre outras, ao movimento social formado por pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queers, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e Não Binárias, em oposição à sigla GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), utilizada a partir da década de 1990, para referir-se à segmentação do mercado consumidor (Pink Money).

Caso Concreto

Inicialmente, a Corte reconheceu que a questão discutida no RE nº 845779/SC (Tema 778) tinha Repercussão Geral, isto é, que o tema transcendia interesses puramente subjetivos e particulares, demonstrando tratar-se de questão constitucional de acentuado interesse geral da sociedade. No sistema processual brasileiro, os julgamentos que adotam a sistemática da Repercussão Geral criam precedentes obrigatórios e com efeitos vinculantes para todas as demais instâncias do Poder Judiciário, visando à garantia da previsibilidade e da segurança jurídica das decisões judiciais.

Após quase 10 anos de trâmite processual, o Tribunal Constitucional apreciou, em julho de 2024, o cabimento do recurso e reconheceu, por maioria de votos, a inexistência de Repercussão Geral, sob o fundamento de que a decisão da instância inferior (Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina) não havia apreciado a matéria discutida à luz da Constituição Federal, mas tão somente sobre a incidência de danos morais, e que enfrentar a questão de fundo (existência ou não de danos morais ao impedir uma pessoa transexual de utilizar o banheiro que corresponde à respectiva identidade de gênero) implicaria o reexame de fatos e provas, o que é vedado à Corte em sede de recurso extraordinário, nos termos da Súmula 279 do STF.

Retrocesso

A solução adotada representa um retrocesso não só em relação à jurisprudência do próprio STF, mas também aos casos envolvendo direitos das pessoas LGBTQIAPN+ da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH). À luz da normativa constitucional e do direito interamericano, não há dúvidas que ao ver-se impedida de utilizar banheiro que corresponda a sua identidade de gênero a pessoa transexual tem os direitos à autodeterminação e à livre expressão da identidade de gênero violados, independentemente da intensidade da solicitação que lhe seja feita por terceiro, matéria que notadamente diz respeito a direitos fundamentais contidos na cláusula geral de proteção da dignidade da pessoa humana, prevista no art. 1º, III, da Constituição Federal brasileira.

De forma pioneira, desde de 2011, o STF vinha reconhecendo diversos direitos das pessoas LGBTQIAPN+, contribuindo de maneira substancial para a promoção e proteção dos direitos humanos dessa população. Nesse cenário, destacam-se, dentre outras, as decisões proferidas na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 132 e na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4.277, que reconheceu as uniões homoafetivas; a ADI nº 4.275 e o RE nº 670.422 que reconheceu a possibilidade de alteração do nome e designativo do sexo no registro civil de pessoas transexuais, mesmo sem intervenção cirúrgica; o Mandado de Injunção nº 4.733 e a Ação Direita de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26 que criminalizaram a homotransfobia; a ADI nº 5.543 que julgou inconstitucional a proibição de doação de sangue por homossexuais, e, mais recentemente, as ADPFs nº 1150 e nº 1155, que afastaram a proibição da utilização da chamada “linguagem neutra” no contexto escolar e da administração pública.

Além de fundamentos constitucionais, essas decisões do STF mencionam diversos instrumentos internacionais e regionais de proteção dos direitos humanos, reafirmando o diálogo com o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, a consolidar a ideia de estatalidade aberta e de um sistema multinível de proteção dos direitos humanos.

Dentre os instrumentos regionais que fomentam a impossibilidade de discriminação e a necessária proteção da diversidade sexual e de gênero, foram citados: a Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), a Convenção Interamericana contra o Racismo, Discriminação Racial e Formas Conexas de Intolerância, a Convenção Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância, o Relatório Violência contra Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex nas Américas, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e a Opinião Consultiva nº 24/2017, sobre Identidade de Gênero, Igualdade e Não-Discriminação de Casais do Mesmo Sexo, da Corte IDH.

Falta de Diálogo com a Corte IDH

Muito embora instrumentos que protegem a igualdade, a orientação sexual e a identidade de gênero, no contexto internacional e regional, sejam citados, falta ainda à Corte Suprema do Brasil fortalecer o diálogo com a jurisprudência da Corte IDH. Afinal, trata-se de órgão encarregado pelo sistema de interpretar os instrumentos normativos regionais, o que também é de observância obrigatória para os países signatários da CADH e que também reconheceram a competência jurisdicional da Corte IDH, como já assentado no caso Almonacid Arellano e outros vs. Chile (2006, §124).

Desde de 2012, a Corte IDH tem reconhecido diversos direitos que dizem respeito às pessoas LGBTQIAPN+. Os precedentes da Corte contêm uma rica análise sobre a impossibilidade de discriminação com base na orientação sexual e/ou na identidade de gênero, inclusive, incluindo tais categorias como objeto de proteção pela CADH.

No Caso Atala Riffo v. Chile (2012), que envolvia a disputa de guarda dos filhos da peticionária que passou a conviver com outra pessoa do mesmo sexo, a Corte IDH reconheceu que a cláusula geral de proibição da discriminação, prevista no art. 1.1. da Convenção Americana, é ampla e contempla a orientação sexual e a identidade de gênero como expressões contidas na categoria “outra condição social”. Também esclareceu a Corte que o princípio do melhor interesse da criança não pode ser utilizado para justificar a discriminação baseada na orientação sexual de quaisquer dos genitores.

No julgamento do caso Duque v. Colombia (2016), que analisou o direito à pensão em razão de morte de companheiro do mesmo sexo, a Corte IDH assentou que nenhuma regra, decisão ou prática doméstica pode diminuir ou restringir direitos de uma pessoa com base na orientação sexual.

Em Flor Freire v. Ecuador (2016), a Corte IDH lidou com a temática relativa à homossexualidade nas forças armadas. No caso concreto, a Corte IDH reconheceu que a expulsão do peticionário foi discriminatória, baseada tão somente na orientação sexual, medida que não teria sido tomada se o caso não envolvesse casal do mesmo sexo.

No caso Azul Rojas Marín e outros v. Peru (2020), que tratava de violência policial envolvendo detenção arbitrária e tortura de mulher trans, a Corte reconheceu a violação do direito à autodeterminação, incluindo a liberdade de manifestação da sexualidade e o direito à vida sexual da pessoa humana.

No julgamento do caso Vicky Hernández v. Honduras (2021), que envolvia a execução extrajudicial de mulher trans, defensora de direitos humanos, a Corte IDH reconheceu a violação dos direitos à autodeterminação, à vida, à integridade física, ao nome e à igualdade, bem como que o Estado praticou discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.

Mais recentemente, em 2023, a Corte IDH apreciou o caso Olivera Fuentes v. Peru, que novamente envolveu a proteção da orientação sexual e identidade de gênero. O Estado foi condenado a desenvolver e implementar políticas públicas para promover o respeito e o direito das pessoas LGBTQIAPN+. O Tribunal reafirmou que nenhuma prática doméstica, regra ou decisão, seja de autoridade pública, seja de particulares, pode ensejar a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.

A integração desses standards interamericanos pela jurisprudência do STF é, portanto, de suma importância não só para cumprir com a obrigação assumida no plano internacional, mas também para que o Direito não seja utilizado como um instrumento que, ao invés de incluir, acentue a exclusão social. É preciso reconhecer direitos, para promover a visibilidade da população LGBTQIAPN+ na sociedade. Somente com o fortalecimento dos Direitos Humanos de todas e todos, é possível consolidar Estado de Direito e Democracia na região latino-americana.

Citación académica sugerida: Gorski, Sandro. O STF está pronto para julgar questões constitucionais de gênero? Agenda Estado de Derecho, 2024/10/31. Disponível em: https://agendaestadodederecho.com/o-stf-esta-pronto-para-discutir-questoes-constitucionais-de-genero/

Palavras-chave: Brasil; Direitos LGBTQIAPN+; Tribunal Constitucional.

Comparte este artículo en...
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Discorda deste artigo?

É importante aprofundar este tema?
Escreva o seu artigo/resposta sobre este tema e deixe-nos o seu texto seguindo as seguintes instruções

ACERCA DEL AUTOR
Sandro Gorski

Doutorando em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pela Université Paris I Panthéon-Sorbonne. Visiting Researcher no Max Planck Institute para Direito Público Comparado e Direito Internacional. Titular dos diplomas de Mestrado em Direitos Humanos da Université Paris Nanterre (2018) e de Mestrado em Direito da PUCPR (2016). Tem passagem profissional pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e pela Comissão Nacional Consultiva de Direitos Humanos da França. É autor do livro Direitos Humanos LGBTI: história, conquista e desafios (2018).

Artículos Relacionados

Sigue nuestro Newsletter en LinkedIn

Suscribirte en LinkedIn

Silvia Serrano

Abogada colombiana, LLM en International Legal Studies por la Universidad de Georgetown y Máster en Argumentación Jurídica por la Universidad de Alicante. Es candidata a Doctora en Derecho por la Universidad de Georgetown. Actualmente se desempeña como Directora Asociada en el O'Neill Institute for National and Global Health Law y es docente en la Universidad de Georgetown y en programas de especialización y maestría en diversas universidades de América Latina. Anteriormente trabajó en la Comisión Interamericana de Derechos Humanos donde tuvo varios cargos, principalmente como Coordinadora de la Sección de Casos a cargo de la etapa de fondo y del litigio ante la Corte Interamericana de Derechos Humanos.

Ariana Guevara Gómez

Es profesora ayudante e investigadora predoctoral en el Departamento de Ciencia Política y Relaciones Internacionales de la Universidad Autónoma de Madrid (UAM). Tiene un Máster en Democracia y Gobierno, y un Máster en Gobernanza y Derechos Humanos, ambos de la UAM. Es licenciada en Comunicación Social por la Universidad Central de Venezuela. Es integrante del Lab Grupo de Investigación en Innovación, Tecnología y Gestión Pública de la UAM. Su tesis doctoral aborda la relación entre género, tecnologías y sector público, con un especial énfasis en la Inteligencia Artificial. También ha publicado sobre innovación pública y colaboración entre administraciones públicas y ciudadanía. Formó parte del equipo editorial de Agenda Estado de Derecho desde 2020 hasta febrero de 2022.

Catalina Fernández Carter

Abogada de la Universidad de Chile y Magíster en Derecho Internacional de la Universidad de Cambridge. En el ámbito profesional, se ha desempeñado en el extranjero como asistente legal en la Corte Internacional de Justicia y consultora para la International Nuremberg Principles Academy. En Chile, ha trabajado como abogada para el Comité para la Prevención de la Tortura, y actualmente se desempeña en la División de Derechos Humanos del Ministerio de Relaciones Exteriores de Chile. Asimismo, es académica de Derecho Internacional Público en la Universidad de Chile. Sus áreas de investigación incluyen el derecho internacional de los derechos humanos, la regulación de la actividad policial y su conformidad con estándares internacionales, el derecho internacional humanitario y el derecho penal internacional.

Edison Lanza

Ex Relator Especial para la Libertad de Expresión de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) hasta el 5 de octubre de 2020. Abogado y docente uruguayo egresado de la Facultad de Derecho de la Universidad de la República de Uruguay (Udelar). Actualmente es senior fellow en El Diálogo Interamericano (The Interamerican Dialogue) y consultor en libertades informativas de UNESCO y organizaciones de la sociedad civil. Se desempeña como Secretario de Relaciones Internacionales y Gobierno Abierto del Gobierno de Canelones (Uruguay).

Docente y conferenciasta en el campo de la libertad de expresión y el derecho a la información en prestigiosas universidades, entre ellas American University (Washington), Unam (México), Universidad Carlos III (España), Stanford (California), Universidad del Pacífico (Perú), UBA (Argentina) Universidad Diego Portales (Chile), Udelar (Uruguay) y Universidad de los Andes (Colombia). Periodista, columnista y colaborador asiduo en distintos medios de comunicación.

José Luis Caballero Ochoa

José Luis Caballero Ochoa es Licenciado en Derecho por el Tecnológico de Monterrey, Campus Chihuahua; Maestro en Derecho, por la Facultad de Derecho de la Universidad Nacional Autónoma de México, y Doctor en Derecho por la Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED) de España. Diplomado en derechos humanos y procesos de democratización por la Universidad de Chile. Pertenece al Sistema Nacional de Investigadores. Es académico – investigador en el Departamento de Derecho en la Universidad Iberoamericana, Ciudad de México, del que fue su Director por seis años. Actualmente es Comisionado de la Comisión Internacional de Juristas. Ha participado o participa en diversas comisiones o consejos públicos, ciudadanos y académicos en México, entre los que destacan: el Consejo de la Comisión de Derechos Humanos del Distrito Federal; la Junta Directiva del Instituto Federal de la Defensoría Pública; el Comité Consultivo del Centro de Estudios Constitucionales de la Suprema Corte de Justicia de la Nación; el Comité Académico y Editorial del Tribunal Electoral del Poder Judicial de la Federación la Comisión de Selección del Comité de Participación Ciudadana del Sistema Nacional Anticorrupción, entre otros. Docente en diversos programas académicos en materia de derecho constitucional y derechos humanos en centros de educación superior nacionales, y ponente en congresos y foros académicos especializados en México, Argentina, Brasil, Chile, Guatemala, Colombia, España, Estados Unidos y Perú. Su papel como consultor y especialista ha implicado la elaboración de proyectos de ley, dictámenes técnicos bajo la figura de amicus curiae y peritajes internacionales. Su obra publicada consiste en más de 80 capítulos de libros y artículos en revistas especializadas sobre derecho constitucional, derechos humanos y derecho internacional de los derechos humanos, así como algunos libros en estas materias.

Leonel González

Doctorando en Derecho por la Facultad de Derecho de la Universidad de Buenos Aires (Argentina); Master en Derecho Penal y Procesal Penal por Osgoode Hall Law School, Universidad de York (Canadá); Diplomado Latinoamericano sobre Reforma Procesal Penal por la Facultad de Derecho de la Universidad Diego Portales (Chile); Abogado con orientación en Derecho Penal por la Facultad de Derecho de la Universidad de Buenos Aires (Argentina). Actualmente es el Director de Relaciones Internacionales del Instituto de Estudios Comparados en Ciencias Penales y Sociales (INECIP). Durante 8 años fue el Director del Área de Capacitación del Centro de Estudios de Justicia de las Américas (CEJA), organismo internacional de la Organización de Estados Americanos (OEA), creado en 1999 por resolución de la Asamblea General de la OEA, con sede en Santiago de Chile.

María Luisa Piqué

Fiscal de la Procuración General de la Nación Argentina. Es abogada por la Universidad de Buenos Aires, donde se recibió con diploma de honor, Especialista en derecho penal y procesal penal por la Universidad Torcuato Di Tella y Máster en Derecho por la Universidad de Georgetown. Fue becaria de la Fundación Fulbright y perita de la Corte Interamericana de Derechos Humanos. Es profesora de Garantías Constitucionales del Derecho Penal Sustantivo y Procesal Penal de la Universidad de Buenos Aires, de Género y Derecho Penal en la Maestría en Derecho Penal de la Universidad de San Andrés y profesora invitada en distintas universidades, de grado y posgrado. Es autora de varios artículos en publicaciones académicas sobre temáticas de género y derecho penal y de garantías constitucionales en el proceso penal.

Mariano Fernández Valle

Abogado, Magíster en Derecho y Posgrado en Derecho Constitucional y Derechos Humanos por la Universidad de Palermo. Profesor en la Facultad de Derecho de la Universidad de Buenos Aires. Responsable del Programa para la Aplicación de Instrumentos de Derechos Humanos del Ministerio Público de la Defensa de la Nación. Integrante de la Red Latinoamericana de Académicas/os del Derecho - ALAS. Fue docente en diferentes universidades de Argentina, e investigador y docente en el Centro de Derechos Humanos de la Universidad de Chile. Sus temas de especialización son Derecho Internacional de los Derechos Humanos, Acceso a la Justicia y No Discriminación.

Mauricio Alarcón

Director Ejecutivo de Fundación Ciudadanía y Desarrollo, contacto nacional de Transparencia Internacional en Ecuador. Abogado y máster en Dirección y Gestión Pública, así como en Acción Política, Fortalecimiento Institucional y Participación Ciudadana en el Estado de Derecho. Fue miembro suplente de la Asamblea Nacional Constituyente de Ecuador y asesor constitucional en el Consejo de Participación Ciudadana. Fellow del Centro para la Democracia, el Desarrollo y el Estado de Derecho de la Universidad de Stanford. Consultor para organizaciones nacionales e internacionales en temas de derechos humanos, libertad de expresión, acceso a la información, participación ciudadana, transparencia y lucha contra la corrupción.

Ángel Arellano

Doctor en Ciencias Políticas de la Universidad de la República de Uruguay, magíster en Estudios Políticos por la Universidad Metropolitana de Venezuela y licenciado en Comunicación Social por la Universidad Santa María con especialización en Gobernabilidad y Gerencia Política por la Universidad Católica Andrés Bello y The George Washington University. Autor del libro «Venezolanos en el Uruguay» (2019). Trabaja como editor de la plataforma Diálogo Político y coordinador de proyectos del Programa Regional Partidos Políticos y Democracia en América Latina de la Fundación Konrad Adenauer.

Edgar Ortiz Romero

Abogado egresado de la Universidad Francisco Marroquín de Guatemala y con un Máster en Economía de la Universidad Rey Juan Carlos de Madrid. En la actualidad, desempeña el cargo de Editor Asistente en el blog de la International Association of Constitutional Law (IACL) y es Director del área de Estudios Jurídicos en la Fundación Libertad y Desarrollo, un think tank basado en Ciudad de Guatemala. A nivel docente, ejerce como profesor tanto en la Universidad del Istmo como en la Universidad Francisco Marroquín de Guatemala. Adicionalmente, es columnista para el periódico guatemalteco La Hora. Sus principales áreas de investigación son el derecho constitucional y el derecho electoral.

Angelita Baeyens

Vicepresidenta de incidencia y litigio internacional del Robert F. Kennedy Human Rights. Baeyens lidera la estrategia de incidencia legal en derechos humanos de la organización, incluyendo el litigio de casos de alto impacto ante mecanismos de la ONU y sistemas regionales de protección, en temáticas relacionadas con la protección del espacio cívico y la lucha contra la discriminación, violencia e impunidad. Previamente se desempeñó como oficial de asuntos políticos en la ONU y como oficial de derechos humanos en la CIDH, donde también coordinó la Relatoría sobre personas defensoras. Es profesora adjunta de la Facultad de Derecho de la Universidad de Georgetown. Recibió su título de abogada de la Universidad de Ibagué, Colombia, y su LL.M en derecho internacional de los derechos humanos de la Universidad de Notre Dame, Estados Unidos.

Leonardo Nemer Caldeira Brant

Juez electo de la Corte Internacional de Justicia, además de profesor y director del Departamento de Derecho Público de la Universidad Federal de Minas Gerais (UFMG) y fundador del Centro de Derecho Internacional (CEDIN) y del Anuario Brasileño de Derecho Internacional. Tiene un máster de la UFMG y un doctorado de la Universidad París X Nanterre, y ha trabajado como jurista adjunto en el CIJ. Ha sido profesor visitante en el Institut des Hautes Études Internationales de la Université Panthéon-Assas Paris II, la Université Caen Basse-Normandie, la Université Paris-Ouest Nanterre la Défence y el Centro Lauterpacht de Derecho Internacional (Universidad de Cambridge, Reino Unido).

Edward Pérez

Abogado venezolano, egresado de la Universidad Católica Andrés Bello. LL.M. en derecho internacional de la Universidad de Cambridge, en Reino Unido, y Magíster en políticas públicas de la Universidad de los Andes, en Colombia. Actualmente se desempeña como asesor legal senior del Centro de Derechos Reproductivos y docente de la Universidad de los Andes. Fue abogado de la Secretaría de la Corte Interamericana de Derechos Humanos.

Katya Salazar

Directora Ejecutiva de la Fundación para el Debido Proceso (DPLF por sus siglas en inglés) organización regional dedicada a promover el Estado de derecho y los derechos humanos en América Latina. Antes de unirse a DPLF, fue Coordinadora Adjunta de la Unidad de Investigaciones Especiales de la Comisión de la Verdad de Perú, a cargo de la investigación de graves violaciones de derechos humanos ocurridas durante el conflicto armado interno en ese país. Previamente trabajó en la Adjuntía para los Derechos Humanos de la Defensoria del Pueblo de Perú y formó parte del equipo legal de la Coalición Contra la Impunidad (Alemania) que promovió el procesamiento penal en ese país de militares argentinos responsables de la desaparición de ciudadanos alemanes durante la dictadura argentina. Katya realizó sus estudios de derecho en la Pontifica Universidad Católica del Perú y de maestría en derecho internacional público en la Universidad de Heidelberg, Alemania.

Carlos Arturo Villagrán Sandoval

Experto afiliado al Constitution Transformation Network de la Universidad de Melbourne e investigador asociado de la Universidad Rafael Landívar de Guatemala. Doctor en Derecho por la Escuela de Derecho de la Universidad de Melbourne y una Maestria en Derecho Público e Internacional en esa misma casa de estudios, y una Licenciatura en Ciencias Jurídicas y Sociales de la Universidad Rafael Landívar. Tiene experiencia en gobierno, especificamente en negociacion de tratados y convenciones, litigio en instancias internacionales e implementacion de instrumentos en materia de derechos humanos, y como consultor para organismos financieros internacionales.

Salvador Herencia-Carrasco

Candidato a doctor por la Facultad de Derecho de la Universidad de Ottawa (Canadá). Director de la Clínica de Derechos Humanos del Centro de Investigación y Enseñanza en Derechos Humanos (HRREC) y profesor de la Sección de Derecho Civil de la Universidad de Ottawa. Anteriormente trabajó en la Comisión Andina de Juristas, el Tribunal Constitucional y el Ministerio de Justicia y Derechos Humanos del Perú. Sus áreas de investigación son el Sistema Interamericano, Empresas y Derechos Humanos, Derecho Penal Internacional, TWAIL y libertad académica. Integrante del Grupo de Estudios Latinoamericano sobre Derecho Penal Internacional de la Fundación Konrad Adenauer.

María Dolores Miño

Es abogada por la Universidad San Francisco de Quito, y tiene un LL.M. por el Washington College of Law de American University, con enfoque en Derecho Internacional de los Derechos Humanos. Es candidata para el título de Doctora en Derecho por la Universidad Externado de Colombia. Ha trabajado como especialista en la Relatoría Especial para la Libre Expresión de la CIDH, Fundamedios y la Dirección Nacional de DDHH en Ecuador. Actualmente, es Directora del Observatorio de Derechos y Justicia de Ecuador, docente en la Universidad Internacional del Ecuador, y socia fundadora de Gentium Law Consultores.

Marcia Aguiluz

Abogada costarricense, Máster en Derecho Internacional y Resolución de Conflictos por la Universidad para la Paz de las Naciones Unidas. Actualmente se desempeña como Directora Legal para América Latina en Women’s Link Worldwide, desde donde ejerce como estratega legal, líder de iniciativa y abogada litigante, con una gran responsabilidad para diseñar y liderar complejos proyectos legales, asimismo, es docente en la Universidad para la Paz, y en diversas universidades de Costa Rica. Anteriormente trabajó en el Centro por la Justicia y el Derecho Internacional (CEJIL) como Directora del Programa para Centroamérica y México, en la Secretaría General de la Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO) y como consultora internacional. Marcia se especializa en el litigio estratégico con enfoque de género e interseccional.

Alfonso Herrea

Doctor en Derecho por la Universidad Complutense de Madrid. Especialista en Derecho Constitucional por la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), y en Derecho Constitucional y Ciencia Política por el Centro de Estudios Políticos y Constitucionales (Madrid). Licenciado en Derecho por la Universidad Autónoma de Guerrero (México). Es Investigador Nacional nivel I del Sistema Nacional de Investigadores del Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACYT, México). En representación de México es miembro del Grupo de Justicia Constitucional y Derechos Fundamentales del Programa Estado de Derecho para Latinoamérica de la Fundación Konrad Adenauer.