O conflito entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Brasileiro: urgência na regulação das redes sociais

13 de Noviembre de 2024
O conflito entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Brasileiro: urgência na regulação das redes sociais
Foto de Rubaitul Azad em Unsplash

O embate recente entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil evidencia a urgência de regulamentar redes sociais, ressaltando a tensão entre a soberania nacional e o poder das grandes empresas de tecnologia. Este artigo aborda a legislação brasileira sobre internet, seus pontos cegos e os impactos políticos envolvidos.

O Embate

A disputa teve início em resposta da empresa de Musk a ordens que o STF expediu com relação aos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, o STF intensificou investigações sobre a disseminação de desinformação e o possível financiamento de grupos extremistas nas redes sociais.

No âmbito dos Inquéritos 4781 («Inquérito das Fake News») e 4874, que investigam atos antidemocráticos, Moraes emitiu ordens judiciais determinando o bloqueio de perfis nas redes sociais, incluindo contas no Twitter. Essas decisões basearam-se na Lei 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) e na Lei 14.197/2021, que tipifica crimes contra o Estado Democrático de Direito.

No início de 2024, Musk criticou publicamente as decisões do STF, acusando o ministro de censura e ameaçando descumprir ordens judiciais de bloqueio de perfis. Essa manifestação desencadeou uma série de movimentos de Musk e do STF, que refletem uma disputa não apenas na esfera jurídica, mas também política. Recomendo ao leitor interessado que busquem nos meios jornalísticos a cronologia dessas trocas que, ainda estão em andamento, e cujos detalhes fogem ao escopo dessa análise.

A situação agravou-se em abril de 2024, quando um relatório de uma comissão ideologicamente alinhada à Musk no Congresso americano tornou públicas decisões confidenciais da justiça brasileira. O relatório listou supostas «demandas de censura» feitas por Moraes à plataforma. O desafio aberto de Musk às instituições democráticas brasileiras levou Moraes a incluí-lo como investigado no Inquérito 4957, que apura obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime.

Essas trocas culminaram no bloqueio do X no Brasil que durou 40 dias, entre agosto e outubro de 2024. O bloqueio considerou, não só o descumprimento das ordens, mas as múltiplas estratégias desempenhadas por Musk para burlar o cumprimento judicial além de explorar os fatos com finalidades políticas. A corte chegou a bloquear as contas da Starlink, empresa de internet via satélite também pertencente a Musk, para garantir o pagamento de multas impostas pelo descumprimento de decisões anteriores. Assunto que também gerou muitos debates jurídicos e políticos legítimos.

Legalidade do bloqueio e implicações na liberdade de expressão

Musk alega agir em defesa da liberdade de expressão, autodenominando-se um “absolutista” desse direito, sugerindo não admitir concessões quanto ao seu alcance. Ironicamente, o termo remete ao despotismo, onde o poder do governante não tem limitações – algo que também reflete como ele tem tratado opositores em sua plataforma. Essa analogia destaca os principais pontos deste debate.

A liberdade de expressão é amplamente estabelecida em acordos internacionais das quais o Brasil é signatário, e esse direito encontra-se resguardado no Artigo 5o da Constituição Federal. É importante separar as bandeiras políticas que se apropriam do termo e a proteção jurídica: do ponto de vista jurídico, é incontroverso que há zelo na corte e na lei vigente pelo direito fundamental. Contudo, isso não quer dizer, como todo e qualquer direito fundamental, que não haja limites. O exercício da liberdade de expressão é regido em diversas esferas através de leis, como o Código Penal, que pune a injúria racial, por exemplo. Os contornas dessa liberdade constitucional é dado por leis específicas.

Quando olhamos para a dinâmica de expressão online e os serviços digitais que viabilizam as nossas trocas, o Brasil possui uma lei bastante protetiva liberdade de expressão na internet. O artigo 19 do Marco Civil da Internet (MCI) estabelece que provedores de aplicações de internet (como Twitter, Facebook, Google etc.) só podem ser responsabilizados por danos decorrentes de conteúdo de terceiros se, após ordem judicial específica, não removerem o conteúdo infringente. Em outras palavras, no caso das rede sociais, elas não são responsáveis pelo que os usuários publicam, mas têm a obrigação de remover conteúdos ilegais quando determinado pela justiça.

Note que esse é um regime que reduz responsabilidade da empresa, em prol de modelos de negócio que são mais permissivos às diveras formas de expressão. A remoção do conteúdo é excepcional, apenas obrigatória quando a justiça – o poder que reconhecemos apto para avaliar a lei nacional – a determinar. Entende-se que, quando uma publicação danosa fica online e a empresa se recusa a removê-la, ela está, portanto, endossando aquele conteúdo e favorecendo a sua circulação (e promovendo o dano que ela causa). Daí a responsabilidade de intermediários.

Associado ao ponto acima, o Artigo 11 da mesma lei determina que qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou comunicações por provedores de internet, ocorrendo em território nacional, deve respeitar a legislação brasileira. É importnate lembrar que essas atividades são associadas: se de um lado a companhia oferece o canal «gratuito» de comunicação, ela se financia através da coleta e tratamento de dados associados ao serviço de comunicação que elas prestam. Quando olhamos para o modelo de negócio, são os dois lados da mesma moeda. Isso dá ao judiciário a possibilidade de determinar o bloqueio de serviços em caso de descumprimento legal.

Então, temos os dois pontos principais para entender a discussão acerca do bloqueio do Twitter e da discussão sobre a liberdade de expressão. Primeiro, as empresas devem respeitar a lei nacional; segundo, o judiciário pode exigir que conteúdo danoso seja removido e mesmo determinar o bloqueio de serviços quando estes não cumprirem com a lei.

Liberdade de expressão de moderação privada?

É crucial não confundir o serviço privado dessas empresas, que coletam dados, vendem anúncios e controlam o conteúdo em suas plataformas, com o exercício da liberdade de expressão em si. Se do ponto de vista da pessoa física, ela tem a liberdade de se expressar, isso não dá à empresa o direito de operar no Brasil da forma que bem entender porque seu serviço de alguma forma facilita a comunicação entre pessoas. Proteções como o artigo 19 do MCI, mencionada acima, ou o artigo 230 do Communications Decency Act nos EUA, oferecem garantias para que essas empresas sejam canais de comunicação, mas não as eximem de cumprir a lei.

Musk já se manifestou algumas vezes reconhecendo que a liberdade de expressão é um assunto definido pela lei de cada país. Tanto que o Twitter, que historicamente resistia e apelava juridicamente de decisões que eles entendiam ilegal, passou a cumprir mais com determinações da justiça no mundo todo – inclusive de países não democráticos. Pesquisas recentes do projeto Lumen do Berkman Klein Center de Harvard mostraram que o Twitter, sob a gestão de Musk, passou a resistir menos às decisões judiciais ao redor do mundo, aumentando a taxa de cumprimento de 50% para 80%, especialmente em países com regimes menos democráticos como Índia e Turquia.

A pergunta que fica no ar: por que a briga com a justiça brasileira?

Esses abusos, muito além do papel de “mero mensageiro,” já são bastante escancarados. Ao tratar a plataforma como seu espaço privado de comunicação e assumir um papel editorial, Elon Musk prioriza conteúdos específicos e usa o seu poderio para fins políticos – inclusive pedir impeachment de membros dos poderes brasileiros. Vimos isso diversas vezes: a divulgação deliberada de decisões confidenciais da justiça dando uma roupagem de vazamento (“Alexandre Files”), priorizando esse conteúdo no no feed de certo público, e, além disso, fazendo lives e postagens em apoio a atores políticos específicos.

Que fique claro: Musk tem direito a sua liberdade de expressão, mas a exerce em um modelo de imunidade que é incompatível com o papel de intermediário. Se ele opta usar a plataforma como veículo da sua expressão, deve também aceitar a responsabilização pela sua fala – como qualquer outra pessoa normal.

A urgência de uma solução jurídica

As ações de Musk revelam que talvez ele não tenha empregado o termo “absolutista” de forma tão ambígua. Essas manobras intensificam um debate sobre diminuir as proteções às redes sociais, tendo em vista a disposição das empresas de abusarem desses direitos. É um debate que ocorre no mundo todo e não apenas no Brasil, inclusive ameaçando esse modelo de negócios que, apesar de seus problemas, promove a liberdade de expressão.

Essa disputa traz a tona a necessidade de enquadrarmos os direitos e deveres das plataformas digitais. Não descarto aqui as controvérsias em torno das decisões judiciais. É essencial que a resposta do STF seja proporcional e respeite os princípios do Estado de Direito. Revisar aspectos controversos, como o bloqueio de VPNs, a imposição de multas a usuários individuais e estabelecer prazos claros para a conclusão dos inquéritos. Tudo isso fortaleceria a legitimidade da ação judicial e equilibraria a proteção da ordem democrática com as liberdades individuais.

No mundo jurídico, o problema reside em indefinições legais, como a regulamentação sobre a derrubada de posts e perfis e a duração dos inquéritos. A discussão tornou-se altamente política, trazendo desafios à segurança nacional, pois um empresário estrangeiro está utilizando recursos financeiros e influência política para pressionar a política nacional.

O PL 2630/2020 visava regular as plataformas, buscava abordar essas questões, mas foi arquivado em abril de 2024, coincidentemente na época das primeiras divergências públicas e vazamento de documentos por parte de Musk. Aparentemente, o projeto não atendia ao que o legislador brasileiro achava adequado para resolver os problemas que se apresentam. Contudo, a necessidade de uma boa regulação – claramente – ainda se impõe.

Citación académica sugerida: Machado Caio, O conflito entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Brasileiro: urgência na regulação das redes sociais, Agenda Estado de Derecho, 2024/11/13. Disponible en: https://agendaestadodederecho.com/conflito-entre-elon-musk-e-o-supremo-tribunal-brasileiro/

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ACERCA DEL AUTOR
Caio Machado

É diretor-executivo do Instituto Vero e pesquisador na Harvard School of Engineering and Applied Sciences (SEAS). Doutorando em direito pela USP e Oxford, com mestrados em ciências sociais (Oxford) e direito digital (Sorbonne). Formado em Direito pela USP, especializou-se na regulação da Internet, ética da inteligência artificial, desinformação e impacto das plataformas digitais.

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Abogada colombiana, LLM en International Legal Studies por la Universidad de Georgetown y Máster en Argumentación Jurídica por la Universidad de Alicante. Es candidata a Doctora en Derecho por la Universidad de Georgetown. Actualmente se desempeña como Directora Asociada en el O'Neill Institute for National and Global Health Law y es docente en la Universidad de Georgetown y en programas de especialización y maestría en diversas universidades de América Latina. Anteriormente trabajó en la Comisión Interamericana de Derechos Humanos donde tuvo varios cargos, principalmente como Coordinadora de la Sección de Casos a cargo de la etapa de fondo y del litigio ante la Corte Interamericana de Derechos Humanos.

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Abogada de la Universidad de Chile y Magíster en Derecho Internacional de la Universidad de Cambridge. En el ámbito profesional, se ha desempeñado en el extranjero como asistente legal en la Corte Internacional de Justicia y consultora para la International Nuremberg Principles Academy. En Chile, ha trabajado como abogada para el Comité para la Prevención de la Tortura, y actualmente se desempeña en la División de Derechos Humanos del Ministerio de Relaciones Exteriores de Chile. Asimismo, es académica de Derecho Internacional Público en la Universidad de Chile. Sus áreas de investigación incluyen el derecho internacional de los derechos humanos, la regulación de la actividad policial y su conformidad con estándares internacionales, el derecho internacional humanitario y el derecho penal internacional.

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Ex Relator Especial para la Libertad de Expresión de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) hasta el 5 de octubre de 2020. Abogado y docente uruguayo egresado de la Facultad de Derecho de la Universidad de la República de Uruguay (Udelar). Actualmente es senior fellow en El Diálogo Interamericano (The Interamerican Dialogue) y consultor en libertades informativas de UNESCO y organizaciones de la sociedad civil. Se desempeña como Secretario de Relaciones Internacionales y Gobierno Abierto del Gobierno de Canelones (Uruguay).

Docente y conferenciasta en el campo de la libertad de expresión y el derecho a la información en prestigiosas universidades, entre ellas American University (Washington), Unam (México), Universidad Carlos III (España), Stanford (California), Universidad del Pacífico (Perú), UBA (Argentina) Universidad Diego Portales (Chile), Udelar (Uruguay) y Universidad de los Andes (Colombia). Periodista, columnista y colaborador asiduo en distintos medios de comunicación.

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José Luis Caballero Ochoa es Licenciado en Derecho por el Tecnológico de Monterrey, Campus Chihuahua; Maestro en Derecho, por la Facultad de Derecho de la Universidad Nacional Autónoma de México, y Doctor en Derecho por la Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED) de España. Diplomado en derechos humanos y procesos de democratización por la Universidad de Chile. Pertenece al Sistema Nacional de Investigadores. Es académico – investigador en el Departamento de Derecho en la Universidad Iberoamericana, Ciudad de México, del que fue su Director por seis años. Actualmente es Comisionado de la Comisión Internacional de Juristas. Ha participado o participa en diversas comisiones o consejos públicos, ciudadanos y académicos en México, entre los que destacan: el Consejo de la Comisión de Derechos Humanos del Distrito Federal; la Junta Directiva del Instituto Federal de la Defensoría Pública; el Comité Consultivo del Centro de Estudios Constitucionales de la Suprema Corte de Justicia de la Nación; el Comité Académico y Editorial del Tribunal Electoral del Poder Judicial de la Federación la Comisión de Selección del Comité de Participación Ciudadana del Sistema Nacional Anticorrupción, entre otros. Docente en diversos programas académicos en materia de derecho constitucional y derechos humanos en centros de educación superior nacionales, y ponente en congresos y foros académicos especializados en México, Argentina, Brasil, Chile, Guatemala, Colombia, España, Estados Unidos y Perú. Su papel como consultor y especialista ha implicado la elaboración de proyectos de ley, dictámenes técnicos bajo la figura de amicus curiae y peritajes internacionales. Su obra publicada consiste en más de 80 capítulos de libros y artículos en revistas especializadas sobre derecho constitucional, derechos humanos y derecho internacional de los derechos humanos, así como algunos libros en estas materias.

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Doctorando en Derecho por la Facultad de Derecho de la Universidad de Buenos Aires (Argentina); Master en Derecho Penal y Procesal Penal por Osgoode Hall Law School, Universidad de York (Canadá); Diplomado Latinoamericano sobre Reforma Procesal Penal por la Facultad de Derecho de la Universidad Diego Portales (Chile); Abogado con orientación en Derecho Penal por la Facultad de Derecho de la Universidad de Buenos Aires (Argentina). Actualmente es el Director de Relaciones Internacionales del Instituto de Estudios Comparados en Ciencias Penales y Sociales (INECIP). Durante 8 años fue el Director del Área de Capacitación del Centro de Estudios de Justicia de las Américas (CEJA), organismo internacional de la Organización de Estados Americanos (OEA), creado en 1999 por resolución de la Asamblea General de la OEA, con sede en Santiago de Chile.

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Directora Ejecutiva de la Fundación para el Debido Proceso (DPLF por sus siglas en inglés) organización regional dedicada a promover el Estado de derecho y los derechos humanos en América Latina. Antes de unirse a DPLF, fue Coordinadora Adjunta de la Unidad de Investigaciones Especiales de la Comisión de la Verdad de Perú, a cargo de la investigación de graves violaciones de derechos humanos ocurridas durante el conflicto armado interno en ese país. Previamente trabajó en la Adjuntía para los Derechos Humanos de la Defensoria del Pueblo de Perú y formó parte del equipo legal de la Coalición Contra la Impunidad (Alemania) que promovió el procesamiento penal en ese país de militares argentinos responsables de la desaparición de ciudadanos alemanes durante la dictadura argentina. Katya realizó sus estudios de derecho en la Pontifica Universidad Católica del Perú y de maestría en derecho internacional público en la Universidad de Heidelberg, Alemania.

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Abogada costarricense, Máster en Derecho Internacional y Resolución de Conflictos por la Universidad para la Paz de las Naciones Unidas. Actualmente se desempeña como Directora Legal para América Latina en Women’s Link Worldwide, desde donde ejerce como estratega legal, líder de iniciativa y abogada litigante, con una gran responsabilidad para diseñar y liderar complejos proyectos legales, asimismo, es docente en la Universidad para la Paz, y en diversas universidades de Costa Rica. Anteriormente trabajó en el Centro por la Justicia y el Derecho Internacional (CEJIL) como Directora del Programa para Centroamérica y México, en la Secretaría General de la Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO) y como consultora internacional. Marcia se especializa en el litigio estratégico con enfoque de género e interseccional.

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Doctor en Derecho por la Universidad Complutense de Madrid. Especialista en Derecho Constitucional por la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), y en Derecho Constitucional y Ciencia Política por el Centro de Estudios Políticos y Constitucionales (Madrid). Licenciado en Derecho por la Universidad Autónoma de Guerrero (México). Es Investigador Nacional nivel I del Sistema Nacional de Investigadores del Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACYT, México). En representación de México es miembro del Grupo de Justicia Constitucional y Derechos Fundamentales del Programa Estado de Derecho para Latinoamérica de la Fundación Konrad Adenauer.